7.3.03

Para me entender melhor ontem comecei a escrever algo sobre o meu pai referência de homem e do papel do homem no relacionamento de casais, no caso ele e minha mãe e ele e minha madrasta apesar de que o último acompanho a distância e vejo o resultado na minha irmã menor.
De início pensei em fazer como um conto, usando a linguagem mais rasteira, rápida, porém algoi lírico imperava no ar e me deixei levar por aquele momento. Colocarei o resultado aqui... espero que gostem. Caso queiram entrar em contato comigo p e-mail é tiagoviegas@ig.com.br...


UM PAI (construção psicológica do eu)

Semrpe me incomodou em meu pai
a eterna figura do macho provedor
daqueles que fazem tudo sem reclamar e se reclama é imperceptível.
Era numa época na qual ninguém sabia
o que viria depois da luta do dia anterior. Dia após dia. Luta.Labuta.
Me acostumei assim. Provido. me fiz assim também. Provedor.
Mas a quem meu pai provera tudo aquilo ?
Aonde fora destinado seu trabalho, suor,d oce, o construir da própria escada
para que subíssemos e não esquecê-lo ?
Ou seu desejo seria morrer incógnito porém pairando em nossos corações ?
Não, nunca saberia dizer ao certo o que se passa naquele mente-coração.
Sei apenas que levei essa forma para mim. Provedor. Doador.
Poucas vezes vi o melhor em sua mão. Isso só acontecia quando lhe era possível partilhar.
Partilha, família, algo constituído por vontade e desejo próprio, íntimo, feito com minha mãe.
Cria-se um novo signo então. Feito. Fetos. Fatos. Família.
Irmãos. Primos distantes. Sobrinhos. Pra eles netos.
Outra coisa que me incomodava no meu pai
era a ânsia de algo maior que nunca será alcançado
seja pelo risco, seja pela labuta, morrerá fátuo desejo.
Algo maior, fora erro de interpretação desse mundo, é morrer
humilde sabendo da própria posse, é ter somente a alma digna
modifcada apenas pelo virtuoso.
Não nesse dia dormi mais cedo, cético, por saber que o procurado
enfim estava em mim e eu perdi, deixei pra trás.
Busquei um pai errante na madrugada. Ele não existe.
Não procurei um lugar distante erro da vida largada. Mas ele insiste.
Não desiste por saber que procuro lembranças rígidas
algo que me fez descobrir o entorpecente, doce , vulgar
sem um raiar de dias consistentes, intermináveis, com sensações
de de-ja-vú profundos, desgarrados d apresente realidade.
Se "occasio facit furem"* de quem eu roubei essa minha vida ?

ditado latino - a ocasião faz o ladrão
Tiago Carneiro
06/03/2003
p/Tiago Carneiro


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