11.3.03

Num dia qualquer quero acordar
e não ver a pressão do mundo
me esfolando os miolos
rebentado as veias confundindo
as artérias do coração.
Nessas horas o sangue venoso
sobe-me ao cérebro e a capacidade de raciocínio
sobre a minha própria pessoa desvirtua mais ainda meu olhar sobre o mundo.
Deixo de ser agente e passo a objeto de perspectivas não minhas mas outras
Nessas horas queria ser predicado, artigo, sangue bom.
Mas a precisão arterial é tamanha que tudo é apenas um corpo com obrigações.


Tiago Carneiro 11/03/2003

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