19.3.03

De madrugada ao deitar na cama me abracei ao travesseiro, passei a mão envolta dele, mas não era ela, o corpo, o cheiro, a pele lisa, a respiração era só minha, o cheiro se confundia nas narinas, nunca pensei que tinha uma memória olfativa tão aguçada assim. Aliás eu sempre tive mas o cheiro e a memória trabalhando juntas só para maltratar a minha cabeça foi o ponto fulminante das causas as quais me fazem perder a esperança e readquiri-la em outro momento Hoje pensei que ela me ligaria, ou me ligará entre essa semana e a outra, contudo um lado meu não me permite tê-la e faz com que eu desista e me tranque a ela. Seria uma maneira de segurar a ansiedade, de fantasiar a dor, torná-la algo menor porém de grande impacto, quer dizer tempestade em copo d´água inversa e ao mesmo tempo descobri-la cada vez maior e inconseqüente com eu não levando a sério. Coisa de louco ou de pessoa que só agora começa entender suas incongruências e perversidades para consigo mesmo







Ela não respondeu nenhuma palavra sobre as poesias que lhe escrevi. Hoje não verei na hora do lanche, não conversarei com ninguém virá então sensação de solidão profunda pois fora o Márcio, camarada, não converso com mais ninguém aqui no trabalho . Sé de pensar fica no peito a dificuldade de respirar fundo. Vamos deixar disso e colocar a vida em ordem. Como bom filho de economista farei meu fluxo de caixa, previsão de dinheiro para o mês que vem e as férias. Depois eu volto quando a deprê apertar. Em casa eu tinha como me esconder disso vendo televisão aqui não há como, talvez por isso eu veja televisão por não ter como enfrentar essa situação.

Nenhum comentário: