12.3.03

Essas foram algumas poesias, agora as outras de conteúdo menos lírico ...



Um rosto no meio da multidão I

Passei umas noites em claro
lembrando alguns lugares
a rodoviária no natal
o Brás no seu desencontro de embarque e desembarque de gente
na Sé, Centro o povo se enfileirando
num resvalar sem fim, fora o trêm a que o gozo na mulher ninguém pertence.
Sexual, pervertido, pecado com gente lado a lado se preocupação com mais nada.
Rasguei papéis em branco lembrando que pertenço a esses vulgares
que vou a rodoviária no natal-ano novo
Brás, Sé, Centro, me perco também em setas incertas
mescladas, mal informadas, dispersas
para ver no final da picada vários sonhos jogados
um igual ao outro, lado a lado crivados
de felicidade e trabalho para si sem maldade.
Passo agora as noites me embriagando
a desilusão é o passo seguinte
ao perceber que só em partido
não posso mudar o destino das passagens
no Brás, na Sé, no Centro, na Santa Cecília
Tatuapé, Arthur Alvim, Taboão, de qualquer
lar em que se luta pra no fim do mês, da lida
nãe ter nem para desncansar em paz e para tanto
só se for passagem daqui para um mundo melhor.

Tiago Carneiro 11/03/2003



Um rosto na multidão II

Esses rostos que vejo, que afloram da multidão
eles tem vida, passado, produzem cultura e história
rimam oração, fé, paixão e razão.
Umas rimam mais e outras menos
todas porém com sonhos manifestos
para uns que lhes pagam e fazem festa com as mãos alheias.
Olhares felizes, tristes, de carteiros andarilhos
sentidos de cansaço.Qual será o devaneio ?
Em agosto ou setembro ele acontece ?
Antecede outro pensamento meu ato de extrapolar
explorar, fora eu e a mais alguém, mas quem ?
A multidão, uns urbus, umas árvores de poesia romântica
um pós de madame, peixes alucinados, uns com trabalho perdido,
filhos largados na escola na escola inconpetente
para compensar , por menor que seja, a educação caseira não tida.
Olhares preocupados. O vizinho tem um filho na mesma situação
e como o meu pode virar crente ou bandido.
Pra quem confiar o meu filho então ? Seria justo então deixá-lo mais a margem ainda ?
Em qual das margens desse rio um pai ou uma mãe deixaria o seu Moisés ?
Admito essas vozes e me pergunto, afirmo e exclamo
Realizo bem o meu papel ?.! No fim ao ver esses outros rostos me pergunto no íntimo
tua poesia é suficiente ? Credes no amor sem vergonha e ao próximo ?
Me vejo cada vez mais insensível e absorto, sem poder dar um alento de dentro verdadeiro.
O quê me impede e ao mesmo tempo impele a mudar ? Fracasso. É a razão de uma felicidade
que se estabelece em outras pequenas coisas que fazema graça da vida e o lisongeio à morte.
Faço pouco pra mudar o muito e ao muito me mantenho longe, sou semi-morto de perceber rasteiro
mas mudo ao receber certas mudas e fazê-las feliz pelo todo-muito.
Todo dia alguém morre, um homem, uma mulher, um servo, um trabalhador, um servidor, um bandido, um público.
E daí ? E daí que tal qual os rostos é sorriso
é vida, é alma humana, é labirinto, é igual que eu, trabalho e vida sempre se construindo,
são rostos, faces, gente, pessoas, alicerces, personalidaes, coriscos, grávidas, bebês, atletas
bêbados, religiosos, adoradores, imagéticos, realidades.
São face que se bate em minha cara
e custa caro, muito caro, perceber na vontade
de não ter filhos , em nada mais crer, nem na morte.
Creio e se creio é por esporte.


Tiago Carneiro 11/03/2003


A poesia é o sacrifício da vida
mais dolorido pra mim
nela eu vejo minhas incompreensões
defeitos, realidades, afetos, alentos
paz ilusória, luz transitória e as salas escuras e mórbidas.
A relaidade da minha perdição
é o mais custoso da lida
aqui pago o pecado por cada paixão perdida
E eu preciso amar, não como amo, solto
errado por corrente invisível a espetar o pescoço
tendo correta respiração mas absorto.
A causa da poesia é a vida
e ela é o gosto e magia.


Tiago Carneiro 11/03/2003


Será que ele tinha razão

Tristeza rolou dos meus olhos
não dei bola pra ela
Não adveio de mim pra quê isso então ?
Se algo me comprime o peito
eu sei a foz, o leito.
Buscoa felicidade ali
se não encontro me deixo ficar longínquo
é o que custa cada apreço, afeto bandido.
Saudade do realejo
pra rimar, realizar o desejo.
Mas já sei a história e tudo o quê sinto ficará
no fim da vida escondido.
Ela conhece minh´alma
e quando quer me visita
nessas horas não tenho partida.
Foi mais que saudades.
É amor ainda.

Tiago Carneiro 11/03/2003


Essas foram as poesia de ontem... deu mais trabalho digitar do que fazer... comentários tiagoviegas@ig.com.br quem ficar com preguiça pode me telefonar...

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