31.7.10

mesmo sem cormgem coloco esse post-er-nidade
Faz um tempo que procuro algo novo em termos de música. Algo com o qual eu me identificasse e ao mesmo tempo tivesse uma musicalidade nova. A primeira coisa que apareceu o foi o grupo do Bisdré no Comboio de Cordas. Aquilo foi fenomenal. Vi que meu amigo-musico tornou-se um artista de fato e as pessoas que o acompanham são artistas também. Nesse dia eles fizeram arte.
Mas o Bisdré não me surpreendeu pelo simples fato que eu já esperava isso dele, sempre escutei tudo o que ele faz, sempre fui em bares, shows (quando deu) , em casa com os amigos. O cara tem uma força descomunal
Mas essa mulher apareceu agora. Músicas muito bem trabalhadas em todos os aspectos. Veio trajada de irreverência e cotidiano, de MPB literalmente antropofágica, de sutileza e de força e principalmente a docilidade da voz.
Eu finalmente depois de anos procurando ouvi algo realmente novo.
Após escutá-la cantando comentei com a Tati e depois com a Juliana.
Me deu idéias de fazer encontros (jantares) onde a gente possa trazer esses sons novos e velhos para escutar e conversar.
Aí realmente me deu vontade de ganhar na MEGA-SENA para poder ter minha casa de espetáculo e deixar esse povo tocar.


Casa de tijolos aparentes
de alicerces de cana cai ana
ainda vejo o sol se despertar
Um gracejo um céu eu de longe digo a mim mesmo
AINDA VEJO VOCÊ

CASA DE TIJOLOS APARENTES
TEU RISO É O QUE FLUI
meu eu constante que esbarra feito rio na próxima rua
armas e instrumentos pra criar
agora só palavras
em breve um seio inteiro

23.7.10

continuação do final de semana

Meio deprê de pé escrevendo enquanto cozinho
EU ESTAVA SÓ, SOLZINHO
Milhões de coisas eu achava
Mas muito se perdeu entre o álcool da cachaça
Não era noite, note
Era tarde início de noite, anote
Eu meu lagarto errado e meus cachorros
Sozinho
Nouti na cozinha
A música que quero na cozinha que se coube a mim.
Uns cheiros se transformam em figuras
Uns sonos , uns sonidos
Uns sonados
Uns sonhos em que minha cozinheira chefe me despejava
Não, não era isso que eu sonhava.
Estou eu perdido, careca e pelado de novo.
Um colo, um sentido, reto
Sem escolhas depois de tanto tempo se passado na terra.
Não há direções, só mil corações pulsando em demasia.
Há sentido na vida ?

Tiago Carneiro 18-07-2010

17.7.10

Como apreciar um rosto se ele está sujo pela chuva de paisagens ?
Se me perco no teu corpo e a noite já foi ?
Um andar pleno. BANGUNÇA & BAGUNÇADO.
Olhar reto
Plena distância
Olhar certo
Plena ignorÂncia a minha
enquanto que olhar pro lado é perceber
a falta que tenho e te sentir ao lado
é realmente poder ter
som
voz
esfrega o corpo no lençol de algodão egípicio
gosto do sonido de un bejo
sound of landscapes
teu corpo felino


Tudo já foi um sonho
você em plena terça-feira acordando.

Nas margens

Voltei! Bom pródigo o filho que a casa desmorona e reconstrói tudo a sua volta.

Tendo visto tanta coisa tenho que fazer algumas reflexões antes que volte o meu período de insanidade cotidiana. Quer dizer, tudo que eu vivo fora a sanidade do meu casamento, é insanidade.

Poderia descrever a crise da heterosexualidade masculina. Nesse mundo, que temos atualmente e a duras penas conquistado, estamos procurando cada um o seu lugar sem ferir ao próximo.

Experimentar, crerr, saber, aproveitar e se encontrar.

Escutando Os Mulheres Negras.

Volta o tempo. Tento agora passado os tempos me encontrar. Passada a ferro a camisa de aniversário encontrar as coisas a minha volta.
Desejos, desavenças, semblantes, lembranças e sentimentos.
Um canceriano mezzo-dramático.

Primeiro desabafo. Estou feliz. MInhas escolhas são difíceis. Mas decidi ser fiel. Decido amar todo dia uma mulher que me estendeu a mão, os braços, os pés que não tinha e o coração que sempre teve e que enquanto estivermos juntos sei que será meu.
Decido amar todo um mundo que mal me compreende e que mal compreendo. Escolho esculhambar de vez toda a minha inteligência pois ela nesse padrão atual não me leva a nada aproveitável a minha vida. Me distancio dos meus sentimentos.
Escolho ser sincero, melando o já dramático e irreverente.

Após o desabafo tenho algumas coisas pra analisar:
- Síndrome da adolescência precoce.
- Ser ou ter.
- Individualidade e casamento.
- O que eu tenho.
- Sociedade burra ou pessoas desligadas de si mesmas ?
- Estou cansado de fazermos as análises pelo "eu". Embora elas sejam necessárias.
- Qual o caminho a seguir depois desse que estamos tomando ?

Quero dizer por agora que sou uma pessoa que ama, tem desejos(repentinos ou não), fantasia, devaneia, se isola, se concentra, se apaixona.

Tenho quatro paixões no momento, Tati, Luna, Ludo e o Mundo de Sofia. Desconheço a minha irmã e essa nova "filosofia e ética" que surge hoje.

Deixo hoje uma música que nunca tinha entendido
Deixo hoje no papel uma letra sempre inacabada
Vejo o rosto cruel da vida me sorrindo e me dizendo :
- Vem que sou tudo o que você viceja. Vem que tudo o que você ama está aqui.
- Eu amo a vida, mesmo cruel, mesmo fada boa que me dilacera desejos, mesmo fada boa que constrói em mim um caráter para passar aos meus filhos, vida boa que me trouxe o amor, a familia e os amigos. Amo a maldita gramática que arrebento em toda frase que faço.
Uma réstia doce me vem como uma moeda antiga aos olhos, um copo d´agua, vasos de barro e tapete estendidos com paixão no chão.
Essa música inacabada, um som longinquo
Um amor que serviria de paradigma.
Um ser sempre imperfeito e inacabado.
Me sinto a margem
sou do mundo as águas passam e o que eu vejo sempre fica em mim como uma curva de rio.

Tiago Carneiro 17-07-2010