16.12.08

Poema covarde

e eu que tenho sempre a mesma palavra ?
e eu que começo sempre do mesmo jeito ?
que não relevo, que não revelo o que há mais em mim ?

Nem sempre sou o que penso então o que existe em mim ?
O que foge e aflora em outro estado que tanto eu não me permito mais ?
O que socorre nas minhas veias ?

O que deixo de lado aumenta.
Porque deixo então ? Pq não enfrento e peço pra diminuir até sumir ?

O que discorre e afronta a veia interrompe e explode o corpo queimando o coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

"O que discorre e afronta a veia interrompe e explode o corpo queimando o coração."
Caraca, essa oração é uma metáfora por completo. Amei esse poema. Muito Álvaro de Campos. Muito Tiago.