19.1.04

Poesia para Tati

Simulado
Simulacro de veneta
Um arco armado de fronte ao mundo
Não enfrento nada e perco
Meu medo.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 21/11/2003




Nós, por eu perdido

Refazendo os caminhos da vida
Percalço, saldo as dívidas
que tenho com a vida
minha arte não fica definida
indefinha a lida, identifica a morte
salteia a rota rota e remonta o desalinho
um caminho completamente sadio
não se busca isso apenas o espectro
desvinculado sem realidade aparente.
Só um ruído desmascarado e um conjunto infantil
Se desfazendo. Concreto, criança deitando
e encostando a cabeça no meu ombro, dormindo.
Uma “gata-garota”, uma gata na garoa fria
Pedindo um pouco mais de atenção
E uma marca afirmativa no corpo
De um calor que ela mesma tenta impedir de nascer
A cada toque impertinente na epiderme.
Um longo beijo se faz.
E eu ? E eu ? Eu apenas cumpro o nosso desejo
Exclamo, permeio por palavras
o inevitável, o inconteste, o infalível, o inconsolável
anseio de, te adoro, teu gosto, te gosto, te amo
te desejo e clamo.
Um. Dois. Ruindo. Tudo se vê, se marca, e ela maltrata arremata
Lógica inebriante com o cheiro que na sua casa
posso sentir ao presencia-la trocar de roupa e esfolar a cama e convergir
o desalinho que tenho por dentro num simples descompasso aberto amparo
que é dela num nó rasgante meio fora de hora e que só agora se revela
desvenda aos olhos e cumprimenta e diz : “ Oi” – suficiente para desabar meu meio mundo incompleto.
Meus delírios, meus desejos, minhas inseguranças, nada haver com o que ela quer, com o que ela pode e pede assim a gente se perde eu perplexo e ela sem pra mim ser um reflexo sem tempo sem alento eu não compreendo e infelizmente não depreendo,aprendo, compreendo nada de ti, minha sensibilidade se fecha a cada riscada que dou fora de mim.
Meu desejo minha fonte que seco e mato de novo e renovo paranóia e paixão própria colóquio e carência polivalência politermia valentia de encarar o que acontece dentro pra fora e fora de hora arruma a horta e expõe a fruta feita de desejo e aceno minha incondicional paixão.




Tiago Carneiro
21/11/2003

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